Vinhos são bebidas milenares que encantam os paladares de muitas pessoas ao redor do mundo. Existem diversos tipos de vinhos, cada um com suas características, aromas, sabores e histórias.
Neste artigo, vamos apresentar cinco tipos de vinhos especiais que você precisa conhecer e como escolher o ideal para cada ocasião.
Apreciando Vinhos Especiais
Antes de entrarmos nos detalhes de cada tipo de vinho, é importante saber como apreciar um vinho especial da melhor forma.
Para isso, você deve seguir alguns passos básicos:
- Escolha uma taça adequada para o tipo de vinho que você vai degustar. Em geral, as taças mais largas e bojudas são indicadas para os vinhos tintos, enquanto as taças mais estreitas e alongadas são melhores para os vinhos brancos, rosés e espumantes.
- Observe a cor do vinho na taça, contra uma superfície branca. A cor pode revelar a idade, a variedade e a qualidade do vinho. Por exemplo, os vinhos tintos tendem a ficar mais claros e acastanhados com o tempo, enquanto os vinhos brancos podem ficar mais escuros e dourados.
- Gire a taça suavemente para oxigenar o vinho e liberar seus aromas. Aproxime o nariz da borda da taça e inspire profundamente. Tente identificar os aromas primários (frutas, flores, ervas), secundários (fermentação, leveduras, pão) e terciários (envelhecimento, madeira, especiarias).
- Prove o vinho em pequenos goles, deixando-o percorrer toda a boca. Sinta as sensações de doçura, acidez, taninos e álcool. Tente perceber os sabores que se harmonizam com os aromas. Avalie a persistência e a complexidade do vinho.
- Repita os passos anteriores quantas vezes quiser, aproveitando cada momento da degustação.
1. Vinho Tinto
Características e Variedades
O vinho tinto é o tipo mais consumido e conhecido no mundo. Ele é produzido a partir da fermentação do mosto (suco) das uvas tintas ou pretas, com as cascas e as sementes.
As cascas são responsáveis pela cor e pelos taninos do vinho, que são compostos que dão a sensação de adstringência e amargor na boca.
Existem centenas de variedades de uvas tintas, mas algumas das mais famosas são: Cabernet Sauvignon, Merlot, Pinot Noir, Syrah, Malbec, Tempranillo, Sangiovese e Zinfandel.
Cada uma delas confere características diferentes ao vinho, como cor, aroma, sabor e corpo.
O vinho tinto pode ser classificado em seco (com baixo teor de açúcar residual), meio seco (com médio teor de açúcar residual) ou suave (com alto teor de açúcar residual).
Também pode ser classificado em leve (com baixo teor alcoólico e taninos), médio (com médio teor alcoólico e taninos) ou encorpado (com alto teor alcoólico e taninos).
Harmonização de Sabores
O vinho tinto é um ótimo acompanhamento para pratos à base de carnes vermelhas, massas com molhos intensos, queijos curados e embutidos.
A regra geral é combinar vinhos e pratos com intensidades similares de sabor e estrutura.
Por exemplo:
- Um vinho tinto leve como o Pinot Noir combina bem com carnes brancas como frango ou peru, massas com molhos leves como pesto ou carbonara, queijos frescos como ricota ou mussarela e frutas vermelhas como morango ou cereja.
- Um vinho tinto médio como o Merlot combina bem com carnes vermelhas grelhadas ou assadas, massas com molhos à base de tomate ou queijo, queijos semi-curados como brie ou gouda e frutas secas como damasco ou uva passa.
- Um vinho tinto encorpado como o Cabernet Sauvignon combina bem com carnes vermelhas cozidas ou com molhos escuros, massas com molhos à base de carne ou cogumelos, queijos curados como parmesão ou gruyère e chocolate amargo ou café.
2. Vinho Branco
Características e Variedades
O vinho branco é produzido a partir da fermentação do mosto das uvas brancas ou verdes, sem as cascas e as sementes.
As cascas são retiradas logo após a prensagem das uvas, para evitar a extração de cor e taninos.
O vinho branco pode ter uma cor que varia do amarelo-palha ao dourado, dependendo da variedade da uva, do tempo de contato com as cascas e do envelhecimento.
Algumas das principais variedades de uvas brancas são: Chardonnay, Sauvignon Blanc, Riesling, Pinot Grigio, Moscato, Gewürztraminer e Chenin Blanc. Cada uma delas confere características diferentes ao vinho, como aroma, sabor e acidez.
O vinho branco pode ser classificado em seco (com baixo teor de açúcar residual), meio seco (com médio teor de açúcar residual) ou suave (com alto teor de açúcar residual).
Também pode ser classificado em jovem (sem passagem por madeira) ou amadurecido (com passagem por madeira).
Harmonização com Pratos
O vinho branco é um excelente acompanhamento para pratos à base de peixes, frutos do mar, carnes brancas, massas com molhos leves, saladas, queijos frescos e sobremesas.
A regra geral é combinar vinhos e pratos com intensidades similares de sabor e acidez.
Por exemplo:
- Um vinho branco seco e jovem como o Sauvignon Blanc combina bem com peixes grelhados ou assados, frutos do mar crus ou cozidos, carnes brancas com molhos cítricos ou ervas, massas com molhos à base de vegetais ou queijo, saladas verdes ou de frutas e queijos frescos como cottage ou feta.
- Um vinho branco seco e amadurecido como o Chardonnay combina bem com peixes cozidos ou com molhos cremosos, frutos do mar gratinados ou empanados, carnes brancas com molhos à base de manteiga ou cogumelos, massas com molhos à base de creme ou nozes, risotos e queijos semi-curados como camembert ou emmental.
- Um vinho branco suave e aromático como o Moscato combina bem com sobremesas à base de frutas frescas ou secas, cremes, pudins, tortas e bolos. Também pode ser servido como aperitivo ou digestivo.
3. Vinho Rosé
Características e Processo de Produção
O vinho rosé é produzido a partir da fermentação do mosto das uvas tintas ou pretas, com um breve contato com as cascas.
As cascas são retiradas logo após a prensagem das uvas, para evitar a extração excessiva de cor e taninos.
O vinho rosé pode ter uma cor que varia do rosa-pálido ao salmão, dependendo da variedade da uva, do tempo de contato com as cascas e do envelhecimento.
Existem três métodos principais para produzir o vinho rosé:
- Sangria: consiste em separar uma parte do mosto das uvas tintas antes da fermentação completa, obtendo um vinho mais claro e menos tânico.
- Prensagem direta: consiste em prensar as uvas tintas logo após a colheita, obtendo um mosto levemente colorido
- Corte: consiste em misturar uma pequena quantidade de vinho tinto a um vinho branco, obtendo um vinho rosado e mais aromático.
O vinho rosé pode ser classificado em seco (com baixo teor de açúcar residual), meio seco (com médio teor de açúcar residual) ou suave (com alto teor de açúcar residual).
Também pode ser classificado em jovem (sem passagem por madeira) ou amadurecido (com passagem por madeira).
Combinação com Refeições
O vinho rosé é um vinho versátil e refrescante, que pode acompanhar diversos tipos de pratos, desde os mais leves aos mais condimentados.
A regra geral é combinar vinhos e pratos com intensidades similares de sabor e frescor.
Por exemplo:
- Um vinho rosé seco e jovem como o Provence combina bem com saladas, peixes, frutos do mar, carnes brancas, massas com molhos leves, queijos frescos e frutas.
- Um vinho rosé seco e amadurecido como o Tavel combina bem com carnes vermelhas grelhadas ou assadas, massas com molhos à base de tomate ou queijo, queijos curados e embutidos.
- Um vinho rosé suave e frutado como o Zinfandel combina bem com pratos picantes como a culinária indiana, tailandesa ou mexicana, além de sobremesas à base de frutas vermelhas ou chocolate.
4. Vinho Espumante
Tipos de Espumantes
O vinho espumante é um vinho que possui gás carbônico dissolvido em sua composição, formando bolhas quando aberto.
O gás carbônico pode ser proveniente de uma segunda fermentação do vinho em garrafas ou tanques fechados, ou de uma injeção artificial.
Existem diversos tipos de vinhos espumantes, cada um com suas características, métodos de produção e denominações de origem. Alguns dos mais famosos são:
- Champagne: é o vinho espumante mais prestigiado do mundo, produzido na região de Champagne, na França. É elaborado pelo método tradicional ou champenoise, que consiste em uma segunda fermentação do vinho em garrafas fechadas com uma rolha e um arame. O Champagne pode ser feito com as uvas Chardonnay, Pinot Noir e Pinot Meunier, e pode ser classificado em brut (muito seco), extra brut (seco), sec (meio seco), demi-sec (suave) ou doux (muito suave).
- Cava: é o vinho espumante mais produzido na Espanha, principalmente na região da Catalunha. É elaborado pelo método tradicional ou champenoise, mas com uvas autóctones como Macabeo, Parellada e Xarel-lo. O Cava pode ser classificado em brut nature (sem adição de açúcar), brut (muito seco), extra seco (seco), seco (meio seco), semi-seco (suave) ou dulce (muito suave).
- Prosecco: é o vinho espumante mais consumido na Itália, originário da região do Vêneto. É elaborado pelo método charmat ou martinotti, que consiste em uma segunda fermentação do vinho em tanques fechados sob pressão. O Prosecco é feito com a uva Glera, e pode ser classificado em brut (muito seco), extra dry (seco) ou dry (meio seco).
- Asti: é um vinho espumante doce e aromático, produzido na região do Piemonte, na Itália. É elaborado pelo método asti ou moscatel, que consiste em uma única fermentação do mosto das uvas Moscato Bianco em tanques fechados sob pressão. O Asti tem baixo teor alcoólico e alto teor de açúcar residual.
- Lambrusco: é um vinho espumante tinto ou rosé, produzido na região da Emília-Romanha, na Itália. É elaborado pelo método ancestral ou rifermentato in bottiglia, que consiste em uma segunda fermentação do vinho em garrafas abertas com uma tampa de metal. O Lambrusco é feito com diversas variedades de uvas Lambrusco, e pode ser classificado em secco (seco), amabile (meio seco) ou dolce (suave).
Celebrações e Momentos Especiais
O vinho espumante é um vinho festivo e elegante, que pode ser servido em diversas ocasiões, desde as mais formais às mais descontraídas. A regra geral é servir o vinho espumante gelado, em taças flûte ou tulipa, e brindar com alegria.
Por exemplo:
- Um vinho espumante brut como o Champagne ou o Cava pode ser servido como aperitivo, acompanhando canapés, salgadinhos, frutos do mar, queijos frescos e frutas secas.
- Um vinho espumante seco como o Prosecco ou o Asti pode ser servido como acompanhamento de pratos leves, como saladas, peixes, carnes brancas, massas com molhos leves, queijos suaves e sobremesas à base de frutas frescas ou creme.
- Um vinho espumante suave como o Lambrusco ou o Moscatel pode ser servido como sobremesa, harmonizando com bolos, tortas, chocolates, sorvetes e doces em geral.
5. Vinho Fortificado
Variedades e Estilos
O vinho fortificado é um vinho que recebe a adição de aguardente vínica (destilado de uva) durante ou após a fermentação, aumentando seu teor alcoólico e alterando seu sabor.
O vinho fortificado pode ser produzido com uvas brancas ou tintas, e pode ter uma cor que varia do âmbar ao rubi, dependendo do tempo de envelhecimento.
Existem diversos tipos de vinhos fortificados, cada um com suas características, métodos de produção e denominações de origem. Alguns dos mais famosos são:
- Vinho do Porto: é o vinho fortificado mais conhecido no mundo, produzido na região do Douro, em Portugal. É elaborado pela interrupção da fermentação do mosto das uvas tintas ou brancas com a adição de aguardente vínica. O Vinho do Porto pode ser classificado em branco (feito com uvas brancas), tinto (feito com uvas tintas) ou rosé (feito com uvas tintas com breve contato com as cascas). Dentro dessas categorias, existem diversos estilos de Vinho do Porto, como Ruby (jovem e frutado), Tawny (amadurecido em madeira e oxidado), LBV (Late Bottled Vintage, de uma única safra e engarrafado após quatro a seis anos), Vintage (de uma única safra excepcional e engarrafado após dois anos) e Colheita (de uma única safra e amadurecido em madeira por pelo menos sete anos).
- Vinho da Madeira: é um vinho fortificado produzido na ilha da Madeira, em Portugal. É elaborado pela adição de aguardente vínica ao mosto das uvas brancas Sercial, Verdelho, Boal ou Malvasia. O Vinho da Madeira passa por um processo de aquecimento chamado estufagem, que acelera sua oxidação e caramelização. O Vinho da Madeira pode ser classificado em seco (feito com Sercial), meio seco (feito com Verdelho), meio doce (feito com Boal) ou doce (feito com Malvasia). Também pode ser classificado em três anos (jovem e simples), cinco anos (mais complexo e equilibrado), dez anos (mais rico e concentrado) ou quinze anos (mais intenso e complexo).
- Jerez: é um vinho fortificado produzido na região de Jerez de la Frontera, na Espanha. É elaborado pela adição de aguardente vínica ao mosto das uvas brancas Palomino, Pedro Ximénez ou Moscatel. O Jerez passa por um processo de envelhecimento biológico chamado solera, que consiste em uma série de barris empilhados, onde o vinho mais velho fica na parte inferior e o mais novo na parte superior, sendo misturados periodicamente. O Jerez pode ser classificado em fino (seco e leve, com uma camada de leveduras chamada flor que protege o vinho da oxidação), manzanilla (seco e salino, produzido na região de Sanlúcar de Barrameda), amontillado (seco e amendoado, que perde a flor e sofre oxidação parcial), oloroso (seco e intenso, que não desenvolve a flor e sofre oxidação total), palo cortado (seco e complexo, que combina as características do amontillado e do oloroso), pedro ximénez (doce e viscoso, feito com uvas passas) ou moscatel (doce e frutado, feito com uvas moscatel).
- Marsala: é um vinho fortificado produzido na região da Sicília, na Itália. É elaborado pela adição de aguardente vínica ao mosto das uvas brancas Grillo, Catarratto ou Inzolia. O Marsala pode ser classificado em secco (seco), semisecco (meio seco) ou dolce (doce). Também pode ser classificado em fino (com pelo menos um ano de envelhecimento), superiore (com pelo menos dois anos de envelhecimento), superiore riserva (com pelo menos quatro anos de envelhecimento), vergine (sem adição de açúcar) ou soleras (com pelo menos cinco anos de envelhecimento).
Ocasiões de Consumo
O vinho fortificado é um vinho potente e saboroso, que pode ser servido em diversas ocasiões, desde as mais simples às mais sofisticadas.
A regra geral é servir o vinho fortificado à temperatura ambiente ou levemente resfriado, em taças pequenas e arredondadas, e apreciar com moderação.
Por exemplo:
- Um vinho fortificado seco como o Jerez fino ou o Marsala secco pode ser servido como aperitivo, acompanhando azeitonas, amêndoas, queijos curados e embutidos.
- Um vinho fortificado meio seco como o Vinho da Madeira meio seco ou o Jerez amontillado pode ser servido como acompanhamento de pratos à base de aves, carnes brancas, cogumelos, queijos semi-curados e frutas secas.
- Um vinho fortificado doce como o Vinho do Porto tawny ou o Jerez pedro ximénez pode ser servido como sobremesa, harmonizando com chocolate, nozes, queijos azuis e doces à base de ovos ou caramelo.
- Um vinho fortificado aromático como o Vinho do Porto ruby ou o Asti pode ser servido como digestivo, estimulando a digestão e proporcionando uma sensação de bem-estar.
Como Escolher o Vinho Ideal
Conheça suas Preferências
A escolha do vinho ideal depende muito do seu gosto pessoal e da ocasião em que você vai consumi-lo.
Por isso, é importante conhecer suas preferências em relação ao tipo, à cor, ao aroma, ao sabor, à doçura, à acidez, aos taninos, ao álcool e ao corpo do vinho.
Você pode experimentar diferentes tipos de vinhos especiais e observar quais são os que mais lhe agradam.
Você também pode pesquisar sobre as características das uvas, das regiões e dos produtores que fazem os vinhos que você gosta.
Assim, você poderá ampliar seus conhecimentos e descobrir novos vinhos que se encaixam no seu perfil.
Considerações Finais
Neste artigo, você aprendeu sobre cinco tipos de vinhos especiais: tinto, branco, rosé, espumante e fortificado.
Você viu quais são as características, as variedades e os estilos de cada um deles. Você também viu como harmonizar cada tipo de vinho com diferentes pratos e ocasiões.
Esperamos que este artigo tenha sido útil e interessante para você. Agora, você está pronto para apreciar os vinhos especiais com mais conhecimento e prazer. Saúde!